Saturday, August 11, 2007

Sinto-me só.

Sinto-me assim e vou explicar-vos a razão para tal sentimento. Não é estar só, é sentir solidão. É estar no meio de todos vós e sentir o calor gelado da vossa inexistente companhia. Grito alto, bem alto, para vocês me ouvirem, mas o que eu digo chega aos vossos ouvidos num tom de zumbido de melga, que rapidamente afastam com a mão. Coçam-se quando vos toco. Serei pequeno e insignificante? Indiferente e repugnante? Conseguem ver-me? Não é possível que sejam todos cegos. Sinto que sou um holograma convertido num formato que vocês não conseguem ler. Actualizem-se! Mas porque é que eu falo se vocês não me ouvem? Não questiono a minha existência, porque não sou eu que estou mal, são vocês que não me sentem. E o pior, é que não sofrem por não me sentirem. Porque não sou como vocês? Porque não sou indiferente à vossa falta de sensibilidade? Ao tentar iludir este sentimento, finjo gostar de ser só, e usar-vos em meu proveito. Dura pouco tempo este falso alívio, porque lembro-me que tenho sentimentos e afinal “não sou eu que estou mal, são vocês que não me sentem”. Sei que tudo isto que vos digo é deprimente, negativo, desolador e doloroso, mas é um pouco do que todos nós por vezes sentimos. Concordam? E como quem cala consente, vou imaginar que vos toco com esta mensagem e que abro os vossos olhos fechados para a realidade que vos rodeia. Lembrem-se que não somos eternos e que caminhamos a passos largos para a nossa extinção. Já que provavelmente deixaremos de existir, tentemos viver o resto da nossa existência em companhia de todos. Tentemos olhar em nosso redor e veremos que existe alguém para alem de nós. Sinto-me só, mas não sou o único a estar sozinho, pois também sinto a vossa solidão.

2 comments:

Anita said...

Olá Oscar... vim aqui parar por acaso, e ao ler o que escreves, não resisti a deixar um comentário. Identifico-me muito com o que escreveste neste post. Sei que cada um sente as coisas à sua maneira, mas posso dizer-te que compreendo perfeitamente o que queres dizer quando falas da solidão e da sensação de invisibilidade.

Não sei se esta mensagem tocou quem querias, mas pelo menos, tocou-me a mim... :)

Beijinhos

João Navarro said...

Descobri o teu blog da mesma forma como se conhecem todos os blogs... Vi um comentário que deixaste algures (por acaso no blog da Anita que também só hoje conheci, creio...) e assim vim cá parar.

Percebo o que escreves e baseando-me em algumas conversas que tenho mantido com um conjunto de amigos , posso dizer-te que andam por aí uns solitários :)

Provavelmente são uma minoria o que dá razão ao teu post. Mas andam por aí uns quantos :)

Ficarei atento a novos posts

Um abraço